Quando um bebé chora normalmente é porque sente falta de algo e aí é importante que os pais tenham essa ideia noção e não adiem resolver o problema do seu filho através do uso da chucha.
Quando pensamos em bebé é inevitável não o associar a chucha. Mas o seu uso durante a sua infância é algo que gere muita discussão, uma vez que há uma imensa diversidade de opiniões no que diz respeito à sua utilização.
A sucção é um reflexo que está presente desde a barriga da mãe. A sucção de um dos dedos, normalmente o polegar, ou na chucha, tem como principal função de autocontrolo, conforto e acalmia.
Como a chucha tranqualiza os bebés, numa primeira fase é a forma mais fácil de acalmá-los e de certa forma acaba de ser um tranqualizante para os pais.
Mas como já foi referido inicialmente quando um bebé chora é porque lhe falta algo e pode ter diversas causas entre elas, fome, frio, sono, fralda suja, dor, necessidade de atenção. E pode-se então considerar errado não atender às necessidades do bebé dando-lhe a chucha apenas para convivência dos pais, pois o que está em causa é o bem-estar do bebé.
De seguida serão apresentados alguns do argumentos a favor e contra do uso da chucha:
Argumentos a favor
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Argumentos contra
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Reduz o risco de síndrome de morte súbita do lactente (SMSL).
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Reduz a intensidade de estimulação do mamilo, o que leva a uma diminuição da produção de leite. Por outro lado, a chupeta pode desmotivar o bebé, visto a sucção não lhe permitir obter alimento. Se a mãe quer amamentar, é melhor esperar e oferecer a chucha apenas quando a amamentação estiver bem estabelecida.
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Facilita a alternância ventilatória oral, no caso de oclusão nasal.
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Estudos recentes demonstraram que as otites do ouvido médio são mais frequentes nos bebés que usam chucha continuamente.
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Promove o decúbito dorsal, forçando assim uma posição preventiva da SMSL.
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Veículo de bactérias e partículas.
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A sucção estimula a tensão muscular a nível das vias aéreas superiores e a língua adota uma posição anterógrada, permitindo a patência das vias aéreas.
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Um bebé que está sempre com a chucha vocaliza menos e a partir dos 12 meses de idade poderá ter mais dificuldade na aquisição da linguagem.
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Está associada a uma ligeira hipercapnia (aumento do CO2), que constitui um fator estimulante da função ventilatória.
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Provoca dependência e são conhecidos os dramas vividos pelos pais e crianças na altura de deixar a chucha.
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Acalma o bebé nas situações em que os pais não podem responder imediatamente, propiciando menos gasto energético.
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Pode provocar deformação dentária e este risco aumenta se o hábito se prolongar para além dos 2 anos.
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Dá ritmo, coordenação, força muscular e evita o sugar do dedo, que se pode tornar um hábito.
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O movimento de sucção ajuda o bebé a adormecer mais rapidamente.
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Quando os bebés não têm chucha, "chucham no dedo". O hábito de sugar o dedo pode ser prejudicial para o desenvolvimento dos seus maxilares.
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O uso da chucha pode ser controlado pelos pais, que podem decidir quando é que a criança deve deixar de a utilizar, o que não acontece com o dedo.
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Após terem sido apresentados os prós e os contras do uso da chucha, cabe agora aos pais tomarem a sua decisão e se decidirem a utilizar a fazerem de forma racional, seguem-se algumas dicas práticas:
– Esta deve ser usada o mínimo possível, sendo esta indicada para adormecer ou em momentos de stress e não sempre que este chora;
– Deve ser usada apenas até este se acalmar ou adormecer e este a larga não deverá ser recolocada;
– Deve-se tirar a chucha sempre que as crianças se mostrem desinteressadas e o mais cedo possível, pois deverá ser removida após os dois anos;
– Existem diversas formas, tamanhos ou mesmo materiais de chucha, mas está desaconselhado mudar a forma da chucha só para seguir “modas” após esse já se ter adaptados a um tipo de chucha, apenas o tamanho deve ser acompanhado pelo crescimento da criança.
Em suma a decisão do uso ou não da chucha é exclusiva dos pais e se a decidirem usar deve ser usada com cuidado de forma a que não se crie um hábito.
Fonte:https://www.educare.pt/opiniao/artigo/ver/?id=11575&langid=1 – Bárbara Pereira, serviço de pediatria do Hospital de Braga.
A enfermeira
Ana Catarina Silveira