A febre na infância é algo muito comum, mas a febre isoladamente não é um sinal de alarme, nem traz complicações graves associadas. A febre é designada por um aumento da temperatura corporal, desencadeada por uma resposta inflamatória, considerando-se então febre se a temperatura corporal estiver igual ou superior a 38ºC. É importante referir que o exercício físico, o banho quente, as elevadas temperaturas atmosféricas ou mesmo o vestuário poderá aumentar até 1ºC da temperatura corporal.
Assim sendo a febre é considerada uma resposta fisiológica necessária para o nosso organismo responder a um determinado agressor, como por exemplo vírus, bactérias ou mesmo fungos. É considerado um mecanismo de defesa que irá estimular o sistema imunitário e também dificultar a reprodução dos microrganismos. Poderá surgir subitamente e ser acompanhada de extremidades frias e tremores.
A febre poderá ser infeciosa ou não infeciosa. Na infância maioria dos casos de febre estão associados a infeções virais e se assim for não excede três dias completos não sendo necessário a administração de antibióticos.
A convulsão febril é uma das consequências aos quadros febris que preocupam os pais, mas é considerada pela bibliografia como algo raro e que tem maior probabilidade de acontecer se houver historial familiar de convulsões febris. Mas se acontecerem têm por norma curta duração e passam com a administração de medicação.
Quando há a necessidade de administração de antibiótico o microrganismo é eliminado de forma rápida, no entanto, a febre poderá manter-se por mais alguns dias, uma vez que a resposta inflamatória ainda se irá manter.
Se a criança apresentar febre deverá evitar-se roupas quentes, manter a criança hidratada, se houver febre deverá administrar-se medicação, de forma a aliviar o desconforto da criança, mas se a mesma persistir ou se mantiver alta poderá fazer banhos de água tépida, ou compressas humedecidas.
Como tudo o que já foi descrito anteriormente sabe-se que a febre é o sintoma que mais os pais recorrem ao pediatra ou urgência e que causa maior ansiedade nos pais, mas a criança só deverá deslocar-se ao médico se:
– Tem menos de seis meses de idade;
– Tem mais de 40,6°C via retal;
– Choro de difícil controlo;
– Gemido a dormir ou quando manipulado;
– Sensação de doença grave mesmo com febre baixa;
– Ocorrer a primeira convulsão febril;
– Convulsão na ausência de febre;
– Alterações de consciência (sonolência excessiva);
– Rigidez na nuca;
– Traumatismo crânio-encefálico recente;
– Cefaleias e prostração;
– Vómitos e/ou dor abdominal intermitente ou persistente;
– Diarreia e prostração com mais de 12 horas de evolução;
– Disúria;
– Discrasia hemorrágica (perda de sangue pelos orifícios naturais, petéquias ou sufusões hemorrágicas);
– Cianose ou dificuldade respiratória após a desobstrução nasal;
– Suspeita de intoxicação medicamentosa;
– Desidratação (diminuição da frequência e quantidade das micções, ausência de lágrimas, irritabilidade ou sonolência excessivas, diminuição do peso);
– Hipotermia (<36°) após período de febre.
Fontes:
A enfermeira:
Ana Catarina Silveira