De acordo com diversas fontes a ansiedade infantil afeta cerca de 10-15% das crianças. Esta é uma patologia psiquátrica, que é mais frequente nos mais novos, conhecida como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O que poderá levar a problemas na vida adulta tais como depressão e ansiedade.
O TDAH resulta na acumulação de energia nas crianças, e a mesma é exteriorizada através de atitudes e brincadeiras na maioria das vezes inadequada.
Outra consequência é o excesso de estímulos de aparelhos electrónicos, como por exemplo telemóvel, computador, televisão, entre outros, e muitas vezes isto acontece como tentativa por parte dos pais para silenciar ou distrair as crianças de forma rápida e por algum tempo. Este comportamento pode resultar num aumento da ansiedade nas crianças uma vez que estas não possuem as mesmas capacidades cognitivas dos adultos para compreender e gerir as suas emoções.
A ansiedade é um sentimento normal, mas quando esta é muito forte e intensa pode impedir a criança de viver a sua vida normalmente ou mesmo de participar em diversas atividades.
As crianças podem apresentar sintomas de ansiedade quando por exemplo os pais se separam, quando mudam de casa ou de escola, quando o familiar morre e perante estas situações os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos, com o desenvlvimento de medos irracionais e excessivos. Nestes momentos é importante que a criança se sinta protegida e segura para se acalmar, deve-se então conversar com elas, tentando perceber o seu ponto de vista, para que consiga lidar com os seus sentimentos.
Os medos variam de acordo com a idade das crianças, uma vez que estes correspondem aos seus conhecimentos sobre o mundo que se insere, e estes podem ser medos de tempestades, de animais de estimação, do escuro, de insetos, do fogo, de perder os pais, entre outros. As mais velhas (7-12 anos) costumam apresentar medo de situações sociais, como por exemplo das interações com os colegas e professores, do dia a dia na escola e isto poderá sugerir a existência de bullying ou da existência de um transtorno ansioso.
A ansiedade pode manifestar-se em diferentes sintomas tais como:
? Mudança nos hábitos alimentares, podendo ser comer muito ou menos que o habitual;
? Enxaquecas ou dores inexplicáveis;
? Pesadelos recorrentes;
? Distúrbios do sono;
? Pedir para dormir com os pais com frequência;
? Isolamento social;
? Fobias;
? Perda de vontade de fazer atividades e brincadeiras as quais gostava;
? Destruição de brinquedos ou objetos pessoais;
? Tristeza ou apreensão constante com temas além da sua compreensão;
? Problemas digestivos.
Quando a criança apresenta uma crise os pais têm aqui um papel fundamental em esabilizá-la emocionalmente, uma vez que a criança não consegue entender o que está a acontecer.
Os principais sintomas são a hiperventilação, os tremores nas mãos ou em outras partes do corpo, o choro descontrolado, a transpiração, a tensão muscular e as palpitações.
Perante uma crise de ansiedade os pais devem:
? Validar as emoções e/ou sentimentos dos pequenos;
? Mostrar que estão lá para ajudá-las;
? Tentar distraí-las por meio de conversas casuais e questionamentos sobre como foi o dia, o que gostaria de comer no jantar e qual brincadeira gostaria de fazer com os pais;
? Evitar contato físico imediato. Observe o comportamento da criança para verificar o momento mais apropriado para abraçá-la ou tocá-la;
? Remover brinquedos ou objetos que possam machucar a criança do cômodo. Ela pode se movimentar sem querer e esbarrar/pisar neles e se machucar;
? Fazer exercícios de respiração para a criança copiar, tentando fazê-la manter contato visual durante o processo;
? Permanecer com a criança durante a crise.
No dia a dia a forma como a familia irá lidar com as crises de ansiedade pode diminuir os sintomas das mesmas, bem como reduzir a frequência, assim sendo as sugestões para diminuir a ansiedade são tomar cuidado com as palavras que são ditas, oferecer apoio constante, seguir a rotina diária o mais adequadamente possivel, não evitar por completo os medos das crianças e conversar sobre as situações que causam ansiedade.
Fontes:
– https://www.vittude.com/blog/lidando-com-crises-de-ansiedade-em-criancas-quais-os-cuidados-e-como-tranquiliza-las/
– https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/transtornos-mentais-em-crian%C3%A7as-e-adolescentes/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-ansiedade-em-crian%C3%A7as-e-adolescentes
– https://www.tuasaude.com/ansiedade-na-crianca/
A enfermeira:
Ana Catarina Silveira